Certo dia da minha vida, um dia a muito tempo atrás quando pessoas ainda se importavam comigo, importavam-se em limpar minha lagrimas e fazer curativos em minhas feridas, eu olhava o inferno do alto, do alto de uma grande escada, o tempo foi passando e as pessoas deixaram de importar-se comigo, minhas lagrimas doíam mais que balas no coração, e minhas feridas expostas já eram rotinas. Cada vez mais eu ia caindo os degraus da grande escada e me afundando naquilo tudo. Alguns degraus eu caía por desleixo, já outros “mãos amigas” faziam o favor de me empurrar. Eu fui caindo, caindo e caindo até chegar finalmente ao inferno. Uma queda rápida, porém muito cruel e muito dolorida. Sinceramente não sei o que fiz para merecer isso. Não falo do inferno. Falo dos anjos. Por incrível que pareça fui me encantando com o inferno, fazendo aquilo ali ficar cada vez pior e mais dolorido para mim e todos a minha volta, eu me tornara uma garota má, mesmo sabendo que aquela não era eu. Não era a garota que olhava tudo do alto e sorria agora eu era a garota que sorria da dor que sentia. Um disfarce. Eu fazia todo aquele inferno acontecer e depois sorria disfarçadamente, tentando evitar piadinhas, quando na verdade eu não queria que aquele inferno acontecesse, e em vez dos falsos sorrisos que para todos eram reais, queria deixar-me tomar por lágrimas. E foi ai que entraram os anjos. Anjos da minha vida. Eles arriscavam-se se jogando no inferno tentando me tirar dali, sabiam que eu não queria aquilo, sabiam que tudo que eu queria era que alguém me entendesse. Eles entendiam. Queriam me ajudar. E foi ai, exatamente ai, que eu notei que os anjos do inferno é que transformam toda aquela dor, sofrimento e tragédias em um paraíso. No mais lindo paraíso. O paraíso infernal.
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