O vento frio anunciava o grande temporal que estava por vir, eu sabia, porém não queria acreditar. Acreditar que tudo que eu construí, lutei e acreditei iam ser destruídos de uma maneira tão avassaladora que não restaria nada, nada além das ruínas e da vontade desesperada de reconstruir tudo. Mas eu não desisti em momento algum. Tudo começou com a ventania, depois vieram às catástrofes destruidoras, meu mundo caiu sobre minha cabeça e eu não podia fazer nada, absolutamente nada. Embora minhas forças não existissem mais, eu não podia parar, tinha de continuar lutando por tudo aquilo que estava destruído. Irônico até. Mas eu não parei. Usando das forças que eu não tinha mais, consegui sair de baixo das ruínas. Meu ser encontrava-se totalmente dilacerado, destruído, arruinado, machucado e esses são apenas alguns dos “ados”. Eu olhava tudo a minha volta e via que não restava mais nada, tudo que eu construí por toda minha vida foi derrubado brutalmente em um golpe só. A tempestade não parava fazendo arder todas aquelas feridas expostas em meu ser, estava tudo escuro, a tempestade estava raivosa e com fome de destruição, não tinha uma só estrela em toda aquela escuridão, nenhum ponto de luz. No fundo eu sabia que ainda iria ver um arco-íris, por mais inacreditável que parecesse. Não parei, juntei todas as forças que me restavam e voltei a reconstruir tudo, aos poucos, via que em cada mínima coisa que eu conquistava novamente abria-se um ponto de luz no meu céu. Demorou. Sofri. Lutei. Minhas feridas estavam quase cicatrizadas. Até que amanheceu, a chuva que era quase inexistente fazia curar o que restava das minhas dores. Eu olhava tudo novamente e sorria vitoriosa. Lá estava ele. O arco-íris. Reinando no meu céu onde a pouco tempo atrás não existia sequer uma estrela, ele estava glorioso assim como eu, anunciava que todo meu esforço valeu a pena. Eu havia conseguido.
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